23 outubro 2007

Amamentação

"Senti-me um animal, com um bicho agarrado a mim"

"Eles já dependem de nós para tanto, e isso era mais uma coisa para complicar"

"Doeu-me imenso, ela não sabia mamar"

"O meu leite era péssimo, ela estava sempre cheia de fome"

"Tive que lhe dar suplemento, e entre mamar e biberão, quando chegava ao fim, já eram horas de comer outra vez..."

Isto foi uma conversa a que assisti no sábado, entre amigas minhas, mas em que não entrei. Já não tenho pachorra para defender a amamentação entre pessoas com ideias pré-formadas, que acham que eu simplesmente "tive sorte".

A amamentação não é fácil. Muito menos nos primeiros dias. A subida de leite é horrível. Se ficamos com feridas (mastites, fissuras e afins) é um verdadeiro pesadelo. Termos de ser sempre nós a alimentar o nosso filho, e em exclusivo nos primeiros 6 meses, não é a "liberdade" que muitos defensores do leite materno defendem.

Há bebés que mamam de duas em duas horas.
Que adormecem a mamar e não ficam satisfeitos.
Que mordem.
Que não sabem pegar no peito.
Que são mais sensíveis, e têm cólicas se nos aventuramos um pouco nas nossas próprias refeições.

Mas também há Mães que não se informam, que não têm "conversas de bebés", porque são super profissionais, e têm mais que fazer.

Oiçam. Leiam. Procurem a informação, porque ela não cai no vosso colo. Ou se cai, muitas vezes, não é a mais certa, e vêm impregnada de preconceitos e ideias erradas.

Ainda no outro dia uma prima minha, recém-grávida pela primeira vez, me pedia conselhos.
O meu conselho, o melhor que lhe posso dar, foi: "Não oiças os conselhos de ninguém!"
Ouve as pessoas, claro, as suas histórias e as suas experiências. É assim que se aprende, mas o que funcionou com elas, pode não funcionar connosco.
Eu, durante a gravidez do V, li TUDO o que me apareceu à frente: desde os folhetos sobre amamentação da Prénatal, ao Brazelton, passando pelo Mário Cordeiro, pelo Sears, e, claro está, por todos os babyblogs onde fui parar!
Ouvi, perguntei, e registei. Mas quando chegou a hora de tomar decisões, fui eu que as tomei, de minha livre vontade, com base naquilo que sabia, e que achava ser melhor para mim e para o V.

"Eu fazia assim, e resultava, tens de fazer"; "No meu tempo era ssim que se fazia"; "Não podes fazer isso"! Entravam a 100 e saíam a 1000...

"Parece o teu 12º filho" diziam-me no Hospital, tal era a minha segurança...

O instinto materno existe. Confiem nele.

2 comentários:

Sandra, eu simplesmente... disse...

Concordo plenamente com as tuas palavras, e passei exactamente pelo mesmo! E até o meu parto foi 10 estrelas!!!

Jocas

ddm disse...

Concordo completamente.
Sempre que me perguntam como foi comigo e o que fiz, eu digo, mas remato sempre com um "Mas tens que ser tu a encontrar o teu ritmo e ver o que funciona melhor entre ti e o bebé."

Bjs